Dona Maria de Quixaba nasceu no Município pernambucano de Barreiros em 1937. Com o falecimento dos pais, ainda adolescente, veio para Recife morar com uma tia. Contudo com o falecimento dessa tia passou então a morar no terreiro de dona Maria de Sônia, famosa yalorixá do bairro do Pina, que termino de lhe criar e a dar os primeiros ensinamentos sobre Candomblé. Na mesma época foi iniciada pelo babalorixá Eudes Chagas.
Casou, teve filhos, e seguiu sua vida em outro bairro, no Ibura, onde fundou seu terreiro e continuou suas atividades religiosas.
Depois morou por vários anos na Ilha de Deus (Imbiribeira) onde passou a ser conhecida como Mãe Maria de Quixaba. A Quixaba é uma planta medicinal muito usada nos terreiros de candomblé.
Ao longo de décadas desenvolve ações sócio-culturais e de manutenção da tradição afro-ameríndia entre nós. É considerada líder espiritual tendo muitos seguidores e admiradores, sendo reconhecida por sua coragem, garra, e ciência na Jurema e no Candomblé. De volta para o bairro do Pina reabriu o Ylé axé Oxum Deym onde hoje é a sede da Nação do Maracatu Encanto do Pina e do Grupo Mazuca da Quixaba.
O Maracatu Encanto do Pina, nação de baque virado, apresenta-se em desfiles, ruas avenidas e espetáculos de palco, com suas cores predominante o azul e amarelo isso explica por sua fundadora mãe Maria de Sônia ter como dona do seu Ory (cabeça) o orixá Yemanja e Oxum.
O Maracatu Encanto do Pina vem fazendo sua historia ano a ano, passo a passo. Tem um trabalho de formação de novos adeptos do maracatu, em particular com mulheres e jovens. No espaço do Ylê se desenvolve oficinas de percussão, dança, capoeira, confecção de instrumentos musicais para jovens, adultos e crianças. A formação de multiplicadores (educadores) desses conhecimentos também é um dos objetivos das atividades desenvolvidas no Ylê. Através da compreensão dos elementos rítmico-musicais e das danças, e do exercício da cultura afro brasileira, desenvolve-se nos jovens a criatividade a favor da arte, vida cotidiana e da não-violência.
Dona Maria da Quixaba é a inspiradora e líderança do grupo Mazuca da Quixaba. A mazuca é uma tradicional dança folclórica, com rimas envolventes e batidas rítmicas dos pés para acompanhar a poesia, quase como uma manifestação dos pretos do gongo. Essa idéia nasceu de uma necessidade ligada ao paralelo singular que une o religioso e o profano, e mostra em forma de cantos, toques e danças tudo o que acontece dentro de uma cerimônia religiosa da jurema.
A tradição religiosa familiar de dona Maria de Quixaba, está sendo mantida nas interpretações de seus descendentes que integram o Mazuca da Quixaba.
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